Euro Digital: Itália Defende uma Implementação Gradual
A Itália apoia o projeto do euro digital do Banco Central Europeu (ECB), mas estabelece suas condições. Os bancos transalpinos, embora recebam bem essa iniciativa de soberania digital, exigem que o esforço financeiro seja distribuído ao longo do tempo. Diante de grandes investimentos, o setor bancário italiano deseja evitar um choque orçamentário. Essa posição encontrará ressonância entre outros países europeus?
Em resumo
Itália Entre o Entusiasmo e o Pragmatismo Financeiro
A Associação Bancária Italiana (ABI) expressou seu apoio ao projeto do euro digital na sexta-feira, durante um seminário de imprensa em Florença. Marco Elio Rottigni, seu diretor-geral, elogiou essa iniciativa que considera um “conceito de soberania digital”. No entanto, por trás desse entusiasmo, existe uma grande preocupação: o peso financeiro do projeto.
“ Os custos do projeto, no entanto, são muito altos em comparação com os gastos de investimento que os bancos precisam arcar“, declarou Rottigni. As instituições italianas, portanto, exigem que esses custos sejam distribuídos ao longo do tempo.
Esse pedido surge no momento em que o setor bancário europeu enfrenta múltiplos desafios tecnológicos e regulatórios. Os bancos já precisam investir massivamente em cibersegurança, conformidade regulatória e modernização de suas infraestruturas.
A posição italiana contrasta com a de alguns bancos franceses e alemães. Estes últimos mostram uma resistência mais franca, temendo que uma carteira digital apoiada pelo ECB possa drenar depósitos das instituições comerciais. Essa preocupação não é trivial: uma transferência massiva de depósitos para o euro digital poderia minar o modelo econômico tradicional dos bancos.
Rottigni propõe uma solução pragmática: adotar uma “abordagem dupla”. Essa estratégia combinaria o euro digital do ECB com moedas digitais emitidas por bancos comerciais.
“O que a Europa não deve fazer, acima de tudo, é ficar para trás“, insistiu ele. Essa declaração ressoa com as ambições europeias diante da concorrência internacional, especialmente chinesa e americana, no campo das moedas digitais.
Um Cronograma Ambicioso Apesar dos Obstáculos
O Conselho de Governança do ECB aprovou, no final de outubro, a passagem para a próxima fase do projeto após dois anos de preparação.
Uma fase piloto está prevista para começar em 2027, com uma implantação completa provisoriamente planejada para 2029. No entanto, esse cronograma ainda depende da adoção da legislação europeia em 2026, um processo que promete ser complexo e politicamente sensível.
O ECB já tomou medidas concretas. No mês passado, finalizou acordos de estrutura com sete fornecedores de tecnologia, incluindo a especialista em detecção de fraudes Feedzai e a empresa de segurança Giesecke+Devrient.
Essas parcerias visam desenvolver funcionalidades inovadoras, como a “busca por alias”. Essa função permitirá que os usuários realizem pagamentos sem conhecer os detalhes técnicos do destinatário ou capacidades de pagamento offline.
O deputado europeu Fernando Navarrete, que lidera a revisão parlamentar, apresentou recentemente um relatório preliminar defendendo uma versão simplificada do euro digital. O objetivo: proteger sistemas de pagamento privados como o Wero, lançado por quatorze bancos europeus. Essa abordagem reflete o desejo de encontrar um equilíbrio entre inovação pública e a preservação do ecossistema privado.
Além da Europa, 137 países e uniões monetárias representando 98% do PIB global estão atualmente estudando a criação de uma moeda digital de banco central. Essa corrida global ilustra os interesses estratégicos das CBDCs.
Christine Lagarde , presidente do ECB, continua defendendo o projeto como um “símbolo de confiança” e uma ferramenta de soberania financeira europeia, apesar das críticas sobre riscos de vigilância e centralização.
O euro digital está em uma encruzilhada estratégica . Enquanto a Itália mostra o caminho para um apoio condicionado, o projeto ainda enfrenta grandes resistências financeiras, políticas e sociais. O ECB precisará convencer não apenas os bancos comerciais, mas também os cidadãos europeus.
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