O ETF de Solana atrai capital, enquanto Bitcoin e Ethereum têm grandes perdas

Mal foi lançado, o ETF de Staking de Solana da Bitwise já registra um início estrondoso. Seu nome? BSOL. Seu efeito? Uma onda de capital desafiando o clima do mercado cripto. Porque, enquanto Bitcoin e Ethereum enfrentam grandes saídas de capital, Solana parece imune às tempestades. Nem mesmo a queda acentuada do preço de SOL esfria os investidores. Uma anomalia? Na verdade, uma tendência fundamental que merece ser decifrada.

Solana em ótima forma enquanto o cripto se desgasta

Lançado em 28 de outubro de 2025, o BSOL levou apenas oito dias para chamar atenção. E, acima de tudo, dinheiro: mais de US$ 545 milhões injetados, incluindo US$ 30 milhões em um único dia. Enquanto isso, os ETFs de Bitcoin perderam US$ 2,1 bilhões e o Ethereum perdeu US$ 579 milhões. Um contraste marcante.

Hunter Horsley, CEO da Bitwise, não hesitou em se pronunciar no X: “Entradas todos os dias desde os oito dias após o lançamento. Mais de US$ 500 milhões no total. Está claro que os investidores querem exposição à Solana.” 

Por que esse entusiasmo? Primeiro, o ETF é 100% em staking. Ele permite capturar o rendimento anual de 7% sem precisar deter o ativo diretamente. Depois, a Bitwise isentou as taxas... por tempo limitado. Por fim, o fundo conta com a Bitwise Onchain Solutions, em parceria com a Helius Labs.

Até mesmo a Grayscale, gigante dos produtos cripto, entrou na disputa com seu próprio ETF de Solana: GSOL, que já acumula US$ 114 milhões. Um sinal forte: a era em que o Bitcoin era a única referência dos investimentos em cripto parece ter acabado.

Um SOL em queda livre, mas fundamentos sólidos

É um paradoxo típico da indústria cripto. Solana cai 29% em um mês, mas o capital continua entrando. O preço atual do SOL é US$ 159,09, bem abaixo dos picos recentes. Isso não impede que fundos enxerguem uma oportunidade.

O analista Sumit Roy, do ETF.com, explica assim:

Solana tem uma comunidade leal, provavelmente a mais dedicada depois de Bitcoin e Ethereum. 

Os números falam por si: 70 milhões de transações diárias, US$ 143 bilhões em volume DEX em outubro, 1.100 TPS e uma base sólida de 3,2 milhões de carteiras ativas. Apesar de uma alta correlação de 0,97 com o Bitcoin, Solana mantém espaço de manobra graças ao seu dinamismo on-chain.

Analistas discutem um suporte sólido em torno de US$ 155, um ponto estratégico de acumulação caso o Bitcoin permaneça estável. Romper os US$ 165 reacenderia a tendência de alta com alvo entre US$ 200 e US$ 250, segundo modelos de crescimento ligados ao DeFi.

Os grandes vencedores mudam de lado na guerra das altcoins

Em poucos dias, ocorreu uma silenciosa reconfiguração no cenário cripto. Grandes gestores de ativos estão redirecionando suas estratégias. O capital está deixando blockchains históricas para mirar altcoins mais ágeis e com rendimento embutido, como Solana.

A Bitwise, impulsionada pelo sucesso do BSOL, já está abrindo caminho para outros ETFs de altcoins. A tática regulatória do formulário 8-A permitiu escapar do bloqueio da SEC relacionado ao shutdown do governo. Uma brecha que outros players pretendem explorar, como a Canary (ETFs de Hedera e Litecoin) ou a Grayscale.

E enquanto tokens meme agitam as redes com nomes absurdos, o capital sério continua apostando em Solana. Para quem busca performance, a festa está apenas começando.

O que lembrar

• US$ 545 milhões injetados no ETF BSOL em menos de 2 semanas;
• 3,2 milhões de carteiras ativas em Solana apesar da queda;
• 70 milhões de transações processadas diariamente em outubro;
• Correlação de 0,97 entre SOL e Bitcoin;
• Preço atual do SOL: US$ 159,09.

A Bitwise não pretende parar por aí. Após Solana, o emissor aposta em um novo player bastante mainstream. Em um documento enviado à SEC, removeu uma cláusula de adiamento referente a um ETF de Dogecoin. Se nada impedir, isso pode chegar em menos de 20 dias. Uma aposta bem calculada? As apostas estão abertas.