El Salvador comprou mais 21 BTC no domingo durante o Dia do Bitcoin do país. A compra eleva o total de reservas de Bitcoin para 6.313,18 BTC, avaliados em cerca de US$ 702 milhões.
O presidente do país, Nayib Bukele, disse que a iniciativa ocorreu enquanto o país comemora o quarto aniversário da lei que tornou o Bitcoin moeda de curso legal. Ele também afirmou que a compra simboliza o fornecimento total de 21 milhões de moedas do Bitcoin, enquanto o Escritório de Bitcoin de El Salvador continua sua estratégia de acumulação de reservas.
El Salvador desafia acordo com o FMI sobre a suspensão da acumulação voluntária de BTC
De acordo com dados do Escritório de Bitcoin, o país adicionou aproximadamente 28 BTC nos últimos 7 dias e mais de 50 BTC nos últimos 30 dias. Dados on-chain também mostram que o menor país da América Central continental tem comprado cerca de 1 BTC por dia desde março de 2024.
Bukele introduziu a Lei do Bitcoin em 2021 para tornar o país a primeira nação do mundo a adotar o BTC como moeda de curso legal ao lado do dólar americano. Críticos como o cofundador e vice-presidente da Blockchain.com, Nicolas Cary, desaprovaram a abordagem do presidente em relação ao ativo digital devido à forma como o programa foi implementado no país, de cima para baixo.
Cary disse durante a conferência Token 2049 em Londres que El Salvador não manteve o principal ethos das criptomoedas, onde há realmente uma adoção popular e as pessoas participam voluntariamente. Ele também sugeriu que o modelo salvadorenho está estabelecendo um exemplo que outros países seguirão no futuro, apesar de criticar os métodos do governo.
A mais recente compra de Bitcoin por El Salvador também parece divergir do acordo de empréstimo de US$ 1,4 bilhões com o FMI em dezembro do ano passado. Segundo o acordo, o fundo exigiu que entidades públicas suspendessem a acumulação voluntária do ativo digital. Os funcionários do fundo também reconheceram que a nação concordou em congelar aquisições sob o Mecanismo de Financiamento Ampliado finalizado.
Segundo o acordo, o país da América Central revisou sua Lei do Bitcoin para tornar a aceitação por comerciantes voluntária, mantendo o ativo virtual como moeda de curso legal. El Salvador também foi obrigado a liquidar seu fundo Fidebitcoin e sair do programa da carteira Chivo.
El Salvador continuou comprando BTC apesar das alterações em seu acordo com o FMI. O governo também estará sob escrutínio da instituição, já que futuros desembolsos sob o programa do FMI dependem de revisões de conformidade até 2027.
O FMI afirmou em julho que as autoridades estão cumprindo os compromissos de não acumular Bitcoin voluntariamente. Segundo um relatório, o porta-voz do fundo afirmou que El Salvador não estava comprando Bitcoin semanalmente, mas sim movimentando fundos entre carteiras internas. O porta-voz observou que o total de BTC mantido em carteiras de propriedade do governo na época permaneceu inalterado.
El Salvador divide seu tesouro de Bitcoin em várias carteiras
Em agosto, o país redistribuiu suas reservas entre vários endereços, com um limite de 500 BTC por endereço. O Escritório Nacional do Bitcoin revelou que a iniciativa fazia parte de uma estratégia para aumentar a segurança da Reserva Estratégica Nacional de Bitcoin.
A agência também citou ameaças à segurança, como o advento da computação quântica, como o principal motivo para redistribuir seus ativos digitais. O Escritório de Bitcoin acredita que a computação quântica pode quebrar a criptografia de chave pública-privada usando o algoritmo de Shor.
A agência afirmou que a transparência das chaves públicas nas transações de Bitcoin expõe o endereço de BTC do país a ataques quânticos que poderiam redirecionar fundos antes da confirmação da transação. O Escritório de Bitcoin espera que dividir as reservas de BTC do país em contas menores possa minimizar o impacto de um possível ataque quântico.
O FMI estimou em março que as compras de Bitcoin de El Salvador chegaram a cerca de US$ 300 milhões e geraram mais de US$ 400 milhões em ganhos não realizados aos preços atuais. O fundo também afirmou que divulgações ilimitadas das reservas cripto do país impedem uma avaliação independente completa de seu portfólio.
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