A caminho de 2026, o mercado parece estar a preparar-se para uma divergência clara.
Por um lado, o tom continua a ser de aversão ao risco. Bitcoin [BTC] ainda não recuperou os níveis desde a queda de outubro, reduzindo a percentagem de oferta em lucro de 98% antes da venda para cerca de 63% atualmente. Isto representa uma verdadeira pressão sobre as margens.
O resultado? O NUPL do BTC está profundamente em território de prejuízo líquido. Do ponto de vista técnico, isto parece um clássico cenário de capitulação. No entanto, uma divergência importante no mercado sugere que esta fase pode não ser assim tão negativa.
Encerramento de mineração e vendas de LTH explicam a fraqueza do Bitcoin
A dinâmica de oferta do Bitcoin está a passar por uma mudança silenciosa, mas significativa.
Notavelmente, a maior parte da pressão vem da China, que voltou a apertar as restrições à mineração. Especificamente, a repressão em Xinjiang encerrou cerca de 1,3 GW de capacidade de mineração, retirando 400.000 máquinas de mineração de operação.
Resumindo, os mineradores de BTC estão em risco, pois uma grande parte da mineração de Bitcoin na China foi forçada a desligar. O resultado? O hashrate do Bitcoin caiu cerca de 8%, tornando a rede temporariamente menos segura contra ataques.
Como mostra o gráfico, o hashrate do Bitcoin caiu de 1.12 billion TH/s para 1.07 billion TH/s em menos de uma semana. Com a China a controlar cerca de 14% do poder de hash total, isto destaca como movimentos regionais estão a adicionar pressão de venda.
Os dados on-chain apoiam esta tendência. As exchanges asiáticas têm mostrado vendas líquidas spot consistentes ao longo do quarto trimestre. Ao mesmo tempo, os detentores de longo prazo (LTHs) também estão a reduzir posições, com a atividade de venda a aumentar no último mês ou dois.
Em resumo, o Bitcoin está a enfrentar pressão liderada pela Ásia. Entretanto, os ETFs spot de BTC nos EUA acabaram de registar o seu maior influxo diário em mais de um mês. Esta divergência pode desempenhar um papel decisivo na trajetória do Bitcoin à medida que 2026 se aproxima.
Vendas forçadas, não vendas por pânico, podem moldar o movimento do BTC em 2026
A perspetiva do Bitcoin para 2026 está a ser definida por uma mudança subtil na dinâmica da oferta.
À medida que a volatilidade macroeconómica aumenta e a pressão renovada sobre a mineração na China cresce, diferentes grupos de BTC estão a ser forçados a vender apenas para gerir perdas. Os mineradores são uma parte clara disto, com a mudança líquida de posição dos mineradores a ficar negativa.
Ou seja, com o hashrate a cair cerca de 8%, as margens dos mineradores estão a ser comprimidas, tornando as vendas contínuas mais prováveis. Isso mantém o momentum de curto prazo do Bitcoin limitado, restringindo o seu impulso no quarto trimestre.
Dito isto, isto parece mais uma venda forçada do que uma venda por pânico.
Os ETFs de BTC acabaram de captar 457 millions de dólares num único dia, mostrando que as instituições continuam a comprar. Os grandes players ainda não desistiram, o que faz com que a retração pareça mais uma correção saudável do que uma capitulação motivada pelo medo.
Notavelmente, esta divergência pode definir a configuração do Bitcoin a caminho de 2026.
Considerações Finais
- A venda forçada liderada pela Ásia está a pressionar o BTC no curto prazo, impulsionada pelos encerramentos de mineração na China, queda do hashrate e distribuição dos detentores de longo prazo.
- A procura institucional mantém-se intacta, com fortes entradas em ETFs spot dos EUA a criar uma divergência que pode moldar a configuração do Bitcoin a caminho de 2026.


