A nova jogada da Polymarket: apostando contra os próprios usuários. Espera, como assim?

Imagine que entra num casino e descobre que a casa agora está a apostar diretamente contra si.

Bem-vindo ao novo e bizarro capítulo da história da Polymarket, onde este popular mercado de previsões cripto está a montar a sua própria equipa interna para negociar contra os seus utilizadores.

É isso mesmo, já não se trata apenas de deixar os traders apostarem entre si. Em vez disso, a Polymarket está a preparar-se para agir como um casino, correspondendo às suas apostas com a sua própria carteira.

Definição cuidadosa de probabilidades, tal como uma casa de apostas tradicional

Esta nova reviravolta surge logo após a ascensão da Polymarket à fama durante a febre eleitoral de 2024, quando os seus mercados se tornaram uma referência para medir o sentimento público.

Agora, o mais recente burburinho nas redes sociais é que a missão da empresa é aumentar a liquidez do mercado, contratando market makers que definirão preços e tomarão o lado oposto de cada aposta.

A posição oficial é de negociação suave e mercados mais vibrantes.

Mas os críticos veem isto como uma manobra astuta para resolver um problema financeiro, já que a Polymarket não cobra taxas de negociação, pelo que esta mesa interna pode ser a sua nova fonte de receitas.

Há indícios de que a Polymarket planeia lançar parlays, ou apostas combinadas, que exigem uma definição cuidadosa de probabilidades, tal como numa casa de apostas tradicional.

Isto poderá provocar uma transformação, convertendo a Polymarket de um mercado de previsões numa casa de apostas com um verniz cripto sofisticado.

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Mercados transparentes?

Especialistas criticaram fortemente esta aposta. O estatístico Harry Crane aponta o plano como uma receita para problemas.

Os rendimentos que estes traders possam gerar mal arranham a superfície em comparação com a enorme valorização da Polymarket.

Pior ainda, se a mesa interna começar a acumular lucros, espere indignação pública e talvez um confronto legal ao estilo da Kalshi, outra plataforma que se aproximou demasiado do fogo regulatório.

Mais preocupante é o golpe na essência da Polymarket. Antes celebrada por mercados transparentes impulsionados por apostas reais de traders, a nova configuração corre o risco de enviesar as probabilidades para o que a casa desejar.

Os críticos dizem que o fator de confiança característico da plataforma pode ruir e, com isso, o seu valor como barómetro fiável para resultados do mundo real. E, honestamente, isso soa mal.

A casa ganha sempre?

Para muitos utilizadores atraídos pela vibe transparente da Polymarket, esta mudança soa a traição.

Transformar-se na “casa” pode afastar apostadores fiéis que procuram insights claros e baseados na multidão, e não um jogo manipulado ao estilo de Las Vegas.

Portanto, atenção, fãs de previsões cripto, avancem com cautela.

A Polymarket ainda não definiu a data de lançamento desta equipa interna, mas a história adensa-se e as suas apostas poderão em breve ser correspondidas pelas cartas da própria casa.