O Sberbank da Rússia planeja expandir ofertas de criptoativos após vender US$16 milhões em derivativos de criptomoedas

O Sberbank está relatando uma alta demanda por instrumentos derivativos de cripto no mercado russo, após vender produtos financeiros de ativos digitais no valor de bem mais de 1.1 bilhões de rublos.

O gigante bancário planeja expandir o portfólio desses produtos e espera uma forte convergência entre finanças tradicionais e descentralizadas no futuro, de acordo com um alto executivo.

Sberbank arrecada 1,3 bilhões de rublos com nove ofertas de derivativos

O Sber, o maior banco russo em ativos, tem sido bastante bem-sucedido na colocação de instrumentos financeiros baseados no valor de criptomoedas nos meses desde que o Banco Central da Rússia (CBR) os aprovou.

A autoridade monetária autorizou as empresas financeiras a oferecer derivativos de cripto no mercado doméstico em maio, e o gigante de serviços financeiros foi um dos primeiros a ocupar esse novo nicho.

Após a aprovação regulatória, o Sberbank criou vários produtos de investimento para investidores de varejo, na forma de títulos estruturados e ativos financeiros digitais (DFAs) baseados em cripto, disse Alexander Vedyakhin, Primeiro Vice-Presidente do Conselho de Administração, em um fórum de fintech.

“Mais especificamente, oferecemos títulos rastreadores, títulos com proteção de capital, bem como DFAs em índices de Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) e DFAs em uma cesta de cinco tokens de infraestrutura: SOL, TRX, AVAX e BNB,” detalhou o banqueiro em uma entrevista publicada pelo portal de notícias de negócios russo RBC na sexta-feira.

Falando à margem da conferência Finopolis 2025, realizada esta semana no território federal Sirius, na costa do Mar Negro, Vedyakhin revelou:

“Vemos demanda dos investidores por esses produtos – 1,3 bilhões de rublos (US$ 16 milhões) foram arrecadados em apenas nove emissões.”

O representante de alto escalão do Sber acrescentou que o banco pretende fazer mais ofertas, proporcionando diversificação e reduzindo os riscos associados ao investimento em criptomoedas.

“Entendemos que, no futuro, haverá uma forte convergência entre finanças descentralizadas e o sistema bancário tradicional,” comentou ainda, observando que o banco russo já está testando diferentes instrumentos DeFi.

O Sberbank também está desenvolvendo a tokenização de ativos do mundo real em sua plataforma blockchain proprietária, incluindo imóveis, ouro e commodities, entre outros. Está explorando ainda a implementação de contratos inteligentes para serviços bancários e de pagamento.

Sber apoia maior acesso de investidores a cripto na Rússia

O Sberbank está trabalhando com o governo na integração de stablecoins e criptomoedas na economia russa por meio de novas regulamentações, disse Alexander Vedyakhin, enfatizando:

“Isso deve incluir a legalização da circulação de criptomoedas e a melhoria da cultura de trabalho com elas, baseada em casos de negócios comprovados.”

O Banco da Rússia indicou esta semana que está promovendo a adoção de uma estrutura regulatória abrangente para investimentos em cripto em 2026 e que planeja permitir que bancos operem com ativos digitais, conforme relatado pela Cryptopolitan.

Quando permitiu a oferta de derivativos de cripto no início deste ano, o CBR os disponibilizou apenas para um pequeno grupo de investidores “altamente qualificados”, avaliados com base em requisitos mínimos relativamente altos para renda anual e participações em depósitos e valores mobiliários.

A gama potencial de investidores em criptomoedas poderia ser mais ampla, observou agora Vedyakhin, destacando que derivativos de cripto, que oferecem uma oportunidade de diversificar seus portfólios, são de interesse para muitos participantes do mercado, incluindo profissionais financeiros, empresas e bancos.

Ao mesmo tempo, ele deixou claro que o Sberbank é favorável à expansão gradual do acesso dos investidores a esses produtos. “Na nossa visão, tornar as criptomoedas disponíveis para todas as categorias de investidores da noite para o dia é errado,” afirmou o executivo da instituição majoritariamente estatal.