Repressão às Criptomoedas na China 2025: PBOC Expande Proibição, Stablecoins Agora São Alvo Enquanto Hong Kong Aperta Regras
O ambiente regulatório de “China crypto” atingiu um novo marco em 2025, quando as autoridades da China continental realizaram a repressão mais rigorosa até então—desta vez focando explicitamente na proibição das stablecoins. Em novembro, o People’s Bank of China (PBOC), coordenado pelas principais agências financeiras, judiciais e de cibersegurança do país, reafirmou que todas as formas de atividade com criptomoedas são ilegais e que as stablecoins, antes vistas como uma área cinzenta em termos de conformidade, também estão igualmente proibidas. Paralelamente, o cenário regulatório em evolução de Hong Kong abriu brevemente as portas para grandes empresas de tecnologia, mas mudou novamente após as recentes interrupções dos projetos do Ant Group e da JD.com, reforçando uma era de finanças digitais “conformidade em primeiro lugar”.
Este artigo detalhado examina a mais recente política de banimento de “China crypto”, o desenvolvimento de stablecoins, a adoção do yuan digital e a persistente atividade clandestina.
O Anúncio do PBOC em 2025: Proibição se Expande para Stablecoins
Em 28 de novembro de 2025, autoridades financeiras e judiciais chinesas reuniram-se para reforçar e aprofundar a repressão a “China crypto”. A mensagem central: todas as atividades de negócios relacionadas a cripto estão ilegais na China continental e, de forma crítica, as stablecoins—including aquelas lastreadas em moedas fiduciárias globais ou domésticas—estão agora inequivocamente proibidas.
A reunião, liderada pelo People’s Bank of China e com a presença de ministérios-chave do governo, declarou que as moedas virtuais, por definição legal, não possuem o mesmo status que o dinheiro soberano e não podem circular ou ser usadas como instrumentos de pagamento na China. Todas as formas de atividade “China crypto”—incluindo mineração, negociação, investimento, operação de exchanges e serviços relacionados—são categorizadas como atividades financeiras ilegais e receberão execução coordenada.
Foi dado um foco especial nas stablecoins. O PBOC destacou que as stablecoins são simplesmente um tipo de moeda virtual, não uma alternativa legítima ao dinheiro estatal. Os oficiais ressaltaram sua falha em cumprir padrões robustos de identificação de clientes e requisitos de combate à lavagem de dinheiro, além de alertar para os riscos reais das stablecoins facilitarem lavagem de dinheiro, fuga de capitais, arrecadação fraudulenta e transações transfronteiriças não autorizadas. A posição do PBOC é resoluta: qualquer tipo de “China crypto”, incluindo stablecoins, não pode ser tolerado no regime financeiro continental.
A Ascensão e Interrupção Rápida das Stablecoins em Hong Kong
Enquanto o setor de “China crypto” era sufocado até a extinção na China continental, Hong Kong, com seu sistema financeiro e jurídico independente, tornou-se em 2025 um dos poucos pontos vibrantes para a inovação cripto—especialmente em stablecoins. Grandes titãs tecnológicos chineses, incluindo JD.com e Ant Group, buscaram explorar stablecoins atreladas ao yuan offshore e produtos digitais de pagamento baseados em blockchain, com ambições de modernizar pagamentos transfronteiriços e o comércio eletrônico.
Por um curto período, o setor de stablecoins em Hong Kong prosperou com a expectativa de nova clareza regulatória e oportunidades de emissão. Contudo, o otimismo foi rapidamente dissipado. Em agosto de 2025, o governo de Hong Kong promulgou a tão esperada Stablecoin Ordinance, estabelecendo uma barra de conformidade excepcionalmente alta para ingressar no mercado. A nova lei exige KYC e AML “em nível atômico”, determinando que emissores verifiquem, auditem e rastreiem a identidade e transações de cada usuário de stablecoin por toda a cadeia de valor. Usuários da China continental foram rigorosamente excluídos, com bloqueio explícito de alternativas via VPN.
Como consequência direta, tanto o Ant Group quanto a JD.com foram ordenados a suspender seus programas-piloto de stablecoin. Essa intervenção regulatória essencialmente interrompeu todas as principais atividades de stablecoin movidas por tecnologia na cidade, já que seus modelos de negócios dependiam do vasto público da China continental, agora inacessível legalmente. A saída rápida desses gigantes tecnológicos marcou o fim de uma breve era de inovação, transferindo a emissão de stablecoins para os incumbentes do setor bancário tradicional. As novas regras da Hong Kong Monetary Authority sinalizam firmemente que apenas bancos e instituições financeiras com histórico comprovado de conformidade serão considerados para licenciamento de stablecoin.
A História das Proibições de China Crypto
A trajetória da China com criptomoedas é marcada por ondas de endurecimento da regulação “China crypto”. O primeiro movimento significativo ocorreu em 2013, quando reguladores proibiram bancos de oferecer serviços com criptomoedas. Em 2017, o governo proibiu formalmente ICOs e fechou exchanges locais, interrompendo grande segmento do mercado global. Em 2019, as empresas de cripto remanescentes no país enfrentaram nova fiscalização. O ano crucial foi 2021, quando dez agências centrais unificaram a mensagem: todas as formas de negociação de cripto, incluindo intermediários e exchanges de “China crypto”, eram ilegais. Em 2024, a repressão se intensificou ainda mais, mirando não só provedores de serviços financeiros em cripto, mas também a mineração—a espinha dorsal do ecossistema “China crypto”.
Em 2025, a proibição atingiu um rigor sem precedentes, ao mirar explicitamente e criminalizar as stablecoins. Essa recente ação regulatória não deixa ambiguidades, eliminando brechas anteriormente exploradas e consolidando o monopólio estatal sobre a inovação financeira digital por meio do yuan digital.
Yuan Digital (e-CNY): A Alternativa Oficial do Estado
No meio da proibição cada vez mais rígida de “China crypto”, o governo chinês investiu fortemente na expansão do uso e alcance de sua própria moeda digital do banco central, o e-CNY, ou yuan digital. Os testes iniciais começaram em 2020, mas, em 2025, o yuan digital atingiu escala nacional. As transações acumuladas superaram impressionantes 14,2 trilhões de RMB (mais de 2 trilhões de dólares) em meados de 2025, e o número de usuários e comerciantes participantes continua crescendo rapidamente.
O yuan digital representa a solução do Estado chinês para pagamentos digitais: totalmente regulamentado, centralmente gerenciado e programável. O e-CNY está sendo usado não apenas para varejo de consumo e comércio eletrônico, mas também para liquidações B2B, folha de pagamento, benefícios sociais e projetos-pilotos transfronteiriços—frequentemente em parceria com bancos internacionais que participam do Cross-Border Interbank Payment System (CIPS). Ao contrário dos ativos de “China crypto”, projetados para contornar controles centralizados, a arquitetura do yuan digital permite alto grau de rastreabilidade, conformidade e capacidade de resposta às necessidades regulatórias do Estado.
A Realidade da Atividade Subterrânea de China Crypto
Apesar de proibições abrangentes e forte aplicação da lei:
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Atividade de mineração permanece: Segundo estudos recentes do setor, a China ainda responde por cerca de 14% do hashrate global de bitcoin (em 2024), principalmente por meio de operações dispersas, menores e configuradas de forma “subterrânea” para escapar da detecção.
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Negociação descentralizada: Trocas peer-to-peer, operações OTC e exchanges descentralizadas continuam a atender usuários chineses, frequentemente por meio de VPNs e métodos criativos para contornar o Great Firewall.
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Stablecoins: Apesar do risco de processo, as stablecoins continuam populares para remessas transfronteiriças, fluxos de capital clandestinos e como reserva de valor offshore.
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Resposta regulatória: Órgãos de fiscalização estão intensificando a perícia blockchain, focando em fluxos on-chain suspeitos e pontos de entrada e saída para moeda fiduciária. Há um cálculo claro de risco-recompensa—enquanto a maioria dos trabalhadores e empresas evita, uma subcultura persiste, ilustrando a dificuldade inerente de erradicar totalmente tecnologias descentralizadas.
Conclusão
A mais recente política de banimento de “China crypto” em 2025 marca o ápice de uma campanha regulatória implacável que empurrou todas as formas de ativos digitais descentralizados, especialmente stablecoins, para fora da lei. Contudo, também sinaliza o compromisso inabalável da China em centralizar a inovação financeira digital sob o controle do Estado, materializado pela rápida expansão do yuan digital.
A reversão regulatória de Hong Kong, interrompendo os planos de stablecoin das principais empresas de tecnologia, ecoa a filosofia continental: se a moeda digital existir, deve ser altamente regulada, totalmente auditável e gerida apenas por instituições financeiras estabelecidas. Ainda assim, como mostram a história e a atual atividade clandestina, mesmo a repressão de “China crypto” mais abrangente não consegue erradicar totalmente o uso de ativos descentralizados—deixando questões em aberto sobre tecnologia, regulação e liberdade financeira que repercutirão muito além de 2025.


